Descubra como o dólar mantém sua supremacia como moeda de reserva global apesar dos esforços do Brics e do enfraquecimento do euro. Conheça os detalhes do estudo do Atlantic Council sobre o “Dollar Dominance Monitor”.
A dominância global do dólar norte-americano continua inabalável, apesar dos esforços de países do Brics e dos desafios enfrentados pelo euro, conforme revelado pelo estudo recente do Atlantic Council.
O dólar é reconhecido como a principal moeda de reserva do mundo, sustentando sua posição através das reservas estrangeiras, transações comerciais e transações monetárias internacionais. O relatório “Dollar Dominance Monitor” destaca que, a curto e médio prazo, o dólar permanece como a moeda mais utilizada e confiável globalmente.
A recente fortificação da dominância do dólar pode ser atribuída à economia robusta dos Estados Unidos, sua política monetária mais restritiva e aos crescentes riscos geopolíticos. Mesmo diante da fragmentação econômica que pressiona os países do Brics a diversificarem suas reservas, os esforços para desdolarizar ainda não alcançaram resultados significativos.
O Atlantic Council observou que as sanções impostas pelo G7 à Rússia após a invasão da Ucrânia têm acelerado os esforços dos países do Brics para criar uma união monetária alternativa. No entanto, até o momento, esses esforços não se mostraram eficazes na redução da dependência global do dólar.
O Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos, continua explorando iniciativas como o Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço (CIPS) da China. Este sistema viu um aumento significativo no número de participantes nos últimos 12 meses, indicando uma crescente interconectividade financeira regional.
Embora as negociações para um sistema de pagamento intra-Brics estejam em estágios iniciais, acordos bilaterais e multilaterais dentro do grupo podem potencialmente pavimentar o caminho para uma plataforma de câmbio mais integrada no futuro. No entanto, o relatório enfatiza que esses acordos são complexos e necessitam de negociações individualizadas.
O estudo também destaca os esforços da China para aumentar a liquidez do yuan através de linhas de swap com parceiros comerciais, embora a participação do renminbi nas reservas globais tenha diminuído para 2,3% em relação ao pico de 2,8% em 2022. A percepção de risco geopolítico em torno do renminbi foi ampliada pela postura da China na crise Rússia-Ucrânia e em questões como Taiwan.
Enquanto isso, o euro, que em tempos passados rivalizou com o dólar como uma moeda internacional, enfrenta desafios crescentes. Preocupações com a estabilidade macroeconômica e a falta de uma união completa dos mercados de capitais europeus têm enfraquecido o euro como uma alternativa viável ao dólar e levado investidores a buscar refúgio em ativos como o ouro.
Em resumo, o estudo do Atlantic Council sublinha a contínua supremacia do dólar como moeda global dominante, apesar das tentativas de desdolarização por parte do Brics e dos desafios enfrentados pelo euro. A dinâmica geopolítica e econômica continuará moldando o papel das moedas no cenário internacional, com implicações significativas para os mercados financeiros globais.