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Adiamento da Lei de Desmatamento da UE Pressiona Preços do Farelo de Soja

Adiamento da Lei de Desmatamento da UE Pressiona Preços do Farelo de Soja

A possível prorrogação da Lei de Desmatamento da União Europeia pressiona os preços do farelo de soja, enquanto o clima no Brasil segue como fator-chave para o mercado.

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Os preços do farelo de soja, negociados na Bolsa de Chicago, continuam em queda expressiva. Esse movimento reflete a especulação sobre o possível adiamento da European Union Deforestation Regulation (EUDR), que visa restringir a importação de produtos agrícolas provenientes de áreas associadas ao desmatamento. Com essa incerteza, o mercado tem reagido, especialmente em relação à demanda por soja dos Estados Unidos, gerando pressões sobre as cotações do farelo de soja.

Impacto do Possível Adiamento da Lei de Desmatamento da UE

A EUDR, que visa combater o desmatamento ligado à produção agrícola, afeta diretamente o comércio internacional de commodities como soja, óleo de palma e carne bovina. A lei, prevista para entrar em vigor em 2024, pode ser prorrogada por até 12 meses para grandes empresas e 18 meses para micro e pequenas empresas. Esse adiamento, se confirmado, deve manter o consumo da Europa concentrado em produtores da América do Sul, como Brasil e Argentina.

O Brasil, um dos principais exportadores globais de soja, beneficia-se diretamente dessa situação. A Europa continua a ser um dos principais destinos das exportações brasileiras, especialmente de produtos que não estão associados ao desmatamento ilegal. Por outro lado, o adiamento da lei pode reduzir a demanda pela soja americana, pressionando os preços do farelo e dos grãos nos mercados internacionais.

A Influência dos Conflitos Geopolíticos

Outro fator que vem impactando o mercado global de commodities é o aumento das tensões no Oriente Médio. A escalada dos conflitos tem impulsionado uma alta nos preços do petróleo, o que afeta diretamente diversas outras commodities, incluindo o milho, o trigo e o óleo de soja. Esses aumentos ajudam a limitar as quedas nos preços da soja em grão, proporcionando um certo suporte ao mercado, mesmo em um contexto de incertezas regulatórias.

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Na manhã desta quinta-feira, o preço do petróleo continuava em alta, com ganhos superiores a 1% tanto no Brent quanto no WTI. O rally no petróleo tem sido alimentado pelas preocupações sobre o impacto dos conflitos nas cadeias de fornecimento globais, o que, por sua vez, eleva os preços de outras commodities. No entanto, o óleo de soja, negociado na CBOT, registrou leve recuo, devido à realização de lucros após dias de alta acentuada.

Clima no Brasil e a Safra 2024/25

Apesar das influências externas, o clima no Brasil continua sendo o fator-chave para o mercado de soja. O país está atualmente no período de plantio da safra 2024/25, e as atenções dos investidores estão voltadas para o desenvolvimento das chuvas nas principais regiões produtoras. As previsões indicam uma melhora significativa na distribuição das chuvas a partir da segunda quinzena de outubro, o que deve favorecer o avanço do plantio.

O sucesso da safra brasileira será crucial para definir o equilíbrio entre oferta e demanda nos mercados globais de soja. Se as condições climáticas se mantiverem favoráveis, o Brasil poderá registrar uma safra recorde, consolidando ainda mais sua posição como um dos maiores exportadores mundiais da commodity. Isso poderá exercer pressão adicional sobre os preços da soja norte-americana, já enfraquecida pela incerteza em torno da EUDR.

Conclusão

O mercado global de soja enfrenta uma combinação de fatores que impactam diretamente os preços. O possível adiamento da Lei de Desmatamento da União Europeia tem pressionado o farelo de soja, ao mesmo tempo em que as tensões geopolíticas impulsionam os preços do petróleo e outras commodities. No entanto, o clima no Brasil e o desenvolvimento da safra 2024/25 permanecem como os principais elementos a serem observados nas próximas semanas. O desenrolar dessas variáveis determinará a direção futura do mercado de soja e seus derivados, em um cenário de incertezas regulatórias e geopolíticas.