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Rendimento dos Treasuries de 10 Anos Sobe

Rendimento dos Treasuries de 10 Anos Sobe

Relatório de emprego dos EUA surpreende e eleva os rendimentos dos Treasuries de 10 anos para o nível mais alto em dois meses, reduzindo as expectativas de cortes de juros pelo Fed.

Rendimentos dos Treasuries Disparam com Relatório de Emprego Forte em Setembro

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Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiram o nível mais alto em quase dois meses nesta sexta-feira, impulsionados por um relatório de emprego que superou as previsões do mercado. Segundo o Departamento do Trabalho, a economia dos EUA adicionou 254.000 novos empregos em setembro, muito acima dos 140.000 esperados pelos economistas consultados pela Reuters. Esse resultado fortalece ainda mais a economia e, ao mesmo tempo, enfraquece as expectativas de grandes cortes nas taxas de juros nas próximas reuniões do Federal Reserve (Fed).

Aumento dos Rendimentos dos Treasuries

O rendimento do Treasury de 10 anos, referência nos mercados financeiros, subiu para 3,955%, o nível mais alto desde 9 de agosto. Este aumento significativo, de 11,1 pontos-base, reflete a robustez do mercado de trabalho dos EUA, que continua a surpreender, mesmo em meio a preocupações com uma possível desaceleração econômica.

Já o rendimento do Treasury de 2 anos, que é sensível às expectativas da taxa de juros, subiu 18,6 pontos-base, para 3,888%. Esse aumento expressivo reflete a menor probabilidade de cortes agressivos nas taxas de juros pelo Fed no curto prazo. Quando o mercado de trabalho está aquecido, o Federal Reserve tende a manter ou até aumentar as taxas de juros para controlar a inflação, em vez de reduzi-las.

Criação de Empregos e Salários em Alta

Além da criação de 254.000 novas vagas, a taxa de desemprego em setembro caiu ligeiramente para 4,1%, em comparação com os 4,2% de agosto. O aumento dos salários por hora também foi destaque no relatório, o que sugere que a pressão sobre a inflação pode persistir. Com mais pessoas empregadas e salários subindo, há uma tendência de maior demanda por bens e serviços, o que pode manter a inflação em patamares elevados.

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Esse cenário de alta de rendimentos e pressão inflacionária coloca o Federal Reserve em uma posição difícil. Embora o Fed tenha sinalizado anteriormente a possibilidade de cortes de juros, o forte desempenho do mercado de trabalho pode adiar ou até impedir essas reduções nas próximas reuniões.

Curva de Rendimento dos Treasuries

Outro ponto de destaque no mercado de Treasuries foi o movimento da curva de rendimento. A diferença entre os rendimentos das notas de 2 e 10 anos, medida comumente usada como indicador das expectativas econômicas, diminuiu para 6,4 pontos-base, em comparação com 13,7 pontos na quinta-feira. Quando a curva de rendimento se achata ou se inverte (rendimentos de curto prazo superam os de longo prazo), isso geralmente indica que o mercado está antecipando uma desaceleração econômica ou recessão. Embora a diferença tenha diminuído, o achatamento da curva sugere que os investidores continuam cautelosos em relação às perspectivas econômicas de longo prazo.

Expectativas para o Futuro

Com o relatório de emprego superando expectativas e os rendimentos dos Treasuries em alta, as próximas decisões do Fed ganharam ainda mais importância. O banco central terá que equilibrar o forte desempenho do mercado de trabalho com a necessidade de controlar a inflação, que tem sido uma preocupação persistente.

Se os rendimentos dos Treasuries continuarem a subir, isso pode afetar diretamente o custo dos empréstimos para consumidores e empresas, incluindo taxas de hipoteca e financiamento corporativo. Para os investidores, o aumento dos rendimentos pode tornar os títulos do Tesouro uma opção mais atraente, desviando o interesse de ativos mais arriscados, como ações.

Em resumo, o mercado financeiro está reagindo ao forte relatório de emprego de setembro com uma alta nos rendimentos dos Treasuries. A incerteza sobre o rumo das taxas de juros continua, mas o desempenho robusto da economia dos EUA pode dificultar cortes de juros substanciais nas duas reuniões restantes do Fed em 2024.