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Queda no Cacau e Café

Queda no Cacau e Café

Os mercados de commodities, incluindo cacau, açúcar e café, tiveram uma semana movimentada, com destaque para a forte queda nos futuros de cacau e a contínua desvalorização do café robusta, que já acumula sua terceira semana de perdas consecutivas. Enquanto isso, o açúcar se manteve relativamente estável, apesar das oscilações nos dias anteriores. Os movimentos nesses mercados refletem fatores como condições climáticas, dados de moagem e previsões para as safras de 2025, principalmente no Brasil, maior produtor de café e açúcar do mundo. Vamos analisar em detalhes os fatores que influenciaram esses mercados.

Cacau: Forte Queda Diante de Dados de Moagem

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Os futuros de cacau na ICE (Intercontinental Exchange) fecharam em forte baixa nesta sexta-feira, pressionados por dados que mostram um cenário misto para a moagem de cacau no terceiro trimestre. O contrato de março do cacau em Londres, identificado pelo código C2!, registrou uma queda significativa de 3,8%, ou 199 libras, encerrando a semana a 5.021 libras por tonelada. Essa desvalorização afastou o contrato da máxima de um mês, atingida na última quarta-feira, quando chegou a 5.481 libras.

O principal fator por trás dessa queda foi a divulgação dos dados de moagem, que apresentou um panorama variado. Na Europa, houve um declínio anual na moagem de cacau, enquanto a Ásia e a América do Norte registraram aumentos. A moagem é um indicador importante para o mercado, pois reflete a demanda por cacau processado, um fator chave para determinar o preço da commodity.

Além disso, a Costa do Marfim, o maior produtor de cacau do mundo, também registrou uma queda na moagem. Isso gerou preocupações sobre a oferta global, afetando negativamente o preço do cacau nos mercados internacionais. Nos Estados Unidos, o contrato de dezembro do cacau em Nova York, identificado pelo código CC1!, seguiu a mesma tendência de Londres, caindo 4,1% e terminando a semana em 7.450 dólares por tonelada.

Açúcar: Estabilidade com Previsões de Chuvas no Brasil

Enquanto o mercado de cacau sofreu quedas expressivas, o mercado de açúcar manteve-se relativamente estável. O contrato de março de açúcar bruto, identificado pelo código SB1!, fechou a sessão de sexta-feira praticamente inalterado, em 22,18 centavos de dólar por libra-peso, permanecendo acima da mínima de quatro semanas registrada na sessão anterior, de 21,71 centavos. No acumulado da semana, o contrato teve uma leve queda de 0,3%.

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O relatório da McDougall Global View destacou que parte do “prêmio de risco” acumulado nas últimas semanas, devido às preocupações com a safra de 2025/26 no Brasil, começou a ser removido. Isso se deve às chuvas adequadas que caíram no fim de semana anterior e às previsões de mais precipitações para as próximas semanas, o que alivia a pressão sobre os preços do açúcar.

No mercado de açúcar branco, o contrato de dezembro, identificado pelo código SF1!, subiu 0,2%, encerrando a sessão em 566,60 dólares por tonelada. Essa leve alta sugere que os operadores permanecem cautelosos, mas otimistas, com a melhora nas condições climáticas no Brasil, um dos principais produtores mundiais de cana-de-açúcar.

Café: Robusta em Declínio, Arábica Mostra Resiliência

No mercado de café, os futuros de café arábica e café robusta tiveram comportamentos distintos. O contrato de dezembro de café arábica, identificado pelo código KC1!, fechou em alta de 0,8%, ou 2,15 centavos de dólar, encerrando a semana em 2,573 dólares por libra-peso. A alta foi impulsionada pelas chuvas recentes nas regiões produtoras do Brasil, que melhoraram as expectativas para a safra de 2025. No acumulado da semana, o arábica registrou um ganho de 2%, sugerindo uma leve recuperação após semanas de incerteza.

Entretanto, apesar das chuvas, especialistas afirmam que elas podem ter chegado tarde demais para impactar de forma significativa a safra de 2025, o que mantém o mercado em estado de alerta. Agricultores e agrônomos brasileiros acreditam que a safra será menor do que o potencial esperado, devido à seca prolongada que afetou as plantações no início do ano.

Por outro lado, o contrato de novembro de café robusta, identificado pelo código RC1!, teve uma leve alta de 0,4%, fechando a sessão de sexta-feira em 4.702 dólares por tonelada. No entanto, o robusta registrou uma perda semanal de 3%, acumulando uma queda de 16% nas últimas três semanas. A baixa no mercado de robusta reflete as condições de oferta restrita e a incerteza sobre a produção futura.

Expectativas e Perspectivas para os Próximos Meses

Olhando para o futuro, o mercado de cacau continua a enfrentar desafios significativos, especialmente devido à queda na moagem na Costa do Marfim e à demanda desigual entre as regiões. Já o açúcar parece ter encontrado uma base de suporte, com previsões climáticas favoráveis no Brasil, o que pode trazer uma recuperação nos preços nas próximas semanas.

No mercado de café, o arábica mostra sinais de recuperação, mas as incertezas quanto à safra de 2025 ainda pairam sobre o mercado. O robusta, por sua vez, continua enfrentando uma pressão vendedora, mas há esperança de que a oferta restrita possa eventualmente levar a uma recuperação nos preços.

À medida que nos aproximamos de 2025, fatores climáticos, dados de produção e demanda global continuarão a influenciar o comportamento desses mercados. Os operadores permanecerão atentos às previsões meteorológicas e aos relatórios econômicos, que desempenharão um papel crucial na definição dos preços futuros.