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Alta da Soja na Bolsa de Chicago

Alta da Soja na Bolsa de Chicago

A soja registra alta na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira, impulsionada pelas condições climáticas adversas no Brasil, demanda crescente da China e valorização do farelo de soja. Confira os detalhes do mercado.

Alta da Soja na Bolsa de Chicago: Clima no Brasil e Demanda Chinesa em Foco

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As cotações da soja estão em alta na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (27), revertendo as perdas do pregão anterior. A recuperação é impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo as preocupações com o clima no Brasil, a demanda contínua da China e o suporte do mercado de derivados, especialmente o farelo de soja. Esses elementos têm mantido o mercado volátil, mas com tendência de alta.

Nos últimos dias, o mercado vinha oscilando entre perdas e correções, mas acabou recuperando terreno, levando o contrato de maio a flertar com a marca de US$ 11,00 por bushel. Esse valor é considerado uma referência importante para a safra brasileira, o que gera expectativas positivas para os próximos meses, caso as condições climáticas melhorem.

Clima Adverso no Brasil Retarda o Plantio

O fator mais significativo que influencia a alta das cotações da soja é o clima no Brasil. As previsões indicam que chuvas generalizadas devem ocorrer somente a partir da segunda quinzena de outubro, o que gera apreensão entre os produtores e operadores de mercado. Enquanto isso, as temperaturas permanecem elevadas, dificultando o início do plantio da safra 2024.

Esse atraso no plantio pode ter consequências significativas para o abastecimento global de soja. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores da oleaginosa, e qualquer atraso no ciclo de plantio pode afetar o volume e a qualidade da safra. Com isso, os traders mantêm seus olhos atentos aos mapas climáticos, aguardando a confirmação das previsões. Se as chuvas não vierem conforme esperado, os preços podem continuar subindo, pressionados pela incerteza sobre a oferta futura.

Demanda da China Impulsiona o Mercado

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Outro fator crucial para a recuperação dos preços da soja é a forte demanda chinesa. A China é o maior comprador mundial de soja, e sua demanda continua sólida, mesmo diante de desafios comerciais e logísticos. O país precisa da oleaginosa para suprir suas necessidades internas, principalmente para a produção de ração animal e óleo de cozinha, o que mantém as importações elevadas.

Apesar das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, a demanda chinesa por soja norte-americana segue robusta, dando suporte aos preços. Além disso, a recuperação econômica da China, após as restrições impostas pela pandemia, tem estimulado o consumo de commodities agrícolas, criando uma base sólida para a valorização dos contratos futuros.

Farelo de Soja em Alta, Óleo Sob Pressão

Além da soja em grão, os derivados têm desempenhado um papel fundamental na formação dos preços. O farelo de soja, utilizado principalmente na alimentação animal, registrou alta de mais de 1% na manhã desta sexta-feira. Esse aumento se deve às preocupações com a oferta em algumas regiões produtoras, como a Argentina, onde a produção está abaixo do esperado. A escassez de farelo tem elevado a demanda, o que contribui para a valorização dos preços.

Por outro lado, o óleo de soja segue pressionado, registrando perdas consecutivas. O óleo de soja tem enfrentado dificuldades por conta das incertezas no setor de biocombustíveis nos Estados Unidos e a queda nos preços do petróleo. Esses fatores têm reduzido o interesse pelo óleo de soja, mesmo com a alta nos outros derivados.

Expectativas para o Mercado de Soja

Às 6h15 (horário de Brasília), as cotações da soja para o contrato de novembro subiam entre 5 e 5,25 pontos, com o preço estabelecido em US$ 10,46 por bushel. O contrato de maio, referência para a safra brasileira, subia para US$ 10,90 por bushel, reforçando o otimismo do mercado. Com a demanda chinesa forte e as preocupações climáticas no Brasil, os traders continuam precificando o futuro com base na expectativa de uma oferta mais restrita, caso o plantio no Brasil sofra novos atrasos.

Enquanto isso, o mercado de derivados segue proporcionando suporte aos preços da soja. O farelo, em particular, tem se mostrado uma peça chave na valorização das cotações, compensando a pressão negativa sobre o óleo de soja. O comportamento desses derivados é um indicativo de que o mercado físico e futuro está ajustando as expectativas de oferta e demanda para os próximos meses.

O Futuro das Cotações da Soja

Com o clima no Brasil ainda incerto e a demanda global em alta, o mercado de soja permanece volátil, mas com viés de alta. Os traders e analistas continuam acompanhando de perto as previsões climáticas e a evolução da safra brasileira, que desempenha um papel fundamental no abastecimento global. Se o Brasil conseguir normalizar o ritmo de plantio com a chegada das chuvas, o mercado pode se estabilizar. Caso contrário, novos aumentos nas cotações são esperados.

A demanda chinesa também deve continuar sendo um fator importante, uma vez que o país precisa garantir o abastecimento de soja para sua economia em crescimento. Combinados, esses fatores tornam o mercado de soja dinâmico e suscetível a novas flutuações nos preços, especialmente em um cenário de incertezas climáticas e geopolíticas.