O Banco Central da China lançou dois esquemas de financiamento, injetando 800 bilhões de iuanes no mercado de ações para apoiar o desenvolvimento estável dos mercados de capitais.
O Banco Central da China, conhecido como Banco do Povo da China (PBoC), deu início a dois esquemas de financiamento que podem injetar até 800 bilhões de iuanes (equivalente a 112,38 bilhões de dólares) no mercado de ações do país. Esses novos esquemas, lançados em resposta à recente fraqueza nos mercados chineses, têm como objetivo estabilizar e fortalecer os mercados de capitais, fornecendo liquidez às corretoras, gestores de ativos e seguradoras por meio de ferramentas de política monetária recém-criadas.
Esquema de Swap: Um estabilizador para o mercado
O principal esquema de financiamento, conhecido como esquema de swap, tem um valor inicial de 500 bilhões de iuanes. Por meio desse mecanismo, instituições financeiras como corretoras, gerentes de ativos e seguradoras podem trocar ativos por liquidez fornecida pelo Banco do Povo da China. Esses ativos incluem títulos, ETFs de ações e participações em componentes do índice CSI300. Em troca, as instituições recebem ativos de alta liquidez, como títulos do Tesouro chinês.
De acordo com a Xinhua Financial, o esquema de swap serve como um “estabilizador do mercado”, funcionando como uma ferramenta eficaz para conter a volatilidade. Quando o mercado de ações está em queda e há vendas excessivas, a demanda por liquidez aumenta, permitindo que as instituições acessem financiamento sem a necessidade de liquidar suas participações em ações. Isso impede uma espiral descendente no valor dos ativos.
A primeira rodada de participações no esquema já recebeu interesse significativo, com 20 empresas aprovadas para participar e solicitações iniciais que ultrapassam 200 bilhões de iuanes. Isso reflete o potencial impacto positivo dessa ferramenta no mercado, principalmente em momentos de incerteza e queda no preço das ações.
Esquema de empréstimos: Incentivo à recompra de ações
Além do esquema de swap, o Banco Central da China também introduziu um esquema de empréstimos, inicialmente no valor de 300 bilhões de iuanes. Esse programa permitirá que instituições financeiras tomem empréstimos diretamente do Banco do Povo da China para financiar a recompra de ações por empresas listadas e seus principais acionistas. A taxa de juros de um ano para esses reempréstimos foi fixada em 1,75%, com 21 instituições financeiras qualificadas para participar do programa a cada trimestre.
Esse esquema de empréstimos é especialmente significativo porque representa uma exceção às regras que normalmente proíbem o uso de empréstimos bancários para o financiamento de compras no mercado de ações. Com taxas de juros atraentes, as empresas listadas e seus principais acionistas podem acessar crédito com taxas de até 2,25%, incentivando as recompras e a valorização das ações no mercado.
Apoio ao desenvolvimento estável do mercado de capitais
O lançamento desses dois esquemas de financiamento ocorre após uma reunião entre reguladores financeiros chineses e as principais instituições financeiras do país. O governo chinês está determinado a implementar rapidamente políticas expansionistas que apoiem tanto a economia quanto os mercados de capitais. Essa abordagem reflete a crescente necessidade de estabilizar o mercado de ações chinês em um momento de incerteza global.
Apesar da recente alta no mercado chinês, há uma crescente cautela entre os investidores quanto ao tamanho e à implementação dos pacotes de estímulo prometidos por Pequim. O anúncio dos novos esquemas de financiamento é uma resposta direta a essas preocupações, buscando restaurar a confiança nos mercados e garantir o desenvolvimento estável do setor de capitais.
Potencial impacto no mercado de ações
De acordo com analistas do BNP Paribas, se implementados de forma eficaz, esses novos esforços têm o potencial de trazer fundos adicionais para o mercado e aumentar os retornos dos acionistas. Isso, por sua vez, impulsionaria a reavaliação dos valores das ações, beneficiando o mercado de capitais chinês a longo prazo.
Além disso, o esquema de swap oferece uma nova ferramenta para as instituições financeiras acessarem liquidez durante períodos de queda do mercado, sem a necessidade de vender ativos. Isso ajuda a conter o pânico e evita que o mercado entre em um ciclo de desvalorização, oferecendo um meio para as instituições financeiras navegarem por períodos de volatilidade sem comprometer sua saúde financeira.
Conclusão
Com o lançamento dos esquemas de swap e empréstimos, o Banco Central da China está adotando medidas proativas para apoiar o mercado de ações e fortalecer os mercados de capitais. Ao injetar até 800 bilhões de iuanes no sistema, o Banco do Povo da China não apenas garante liquidez em momentos de volatilidade, mas também incentiva a recompra de ações por empresas listadas, promovendo a estabilidade e o crescimento do mercado.
À medida que o governo chinês continua a implementar políticas expansionistas para apoiar a economia, essas ferramentas podem desempenhar um papel fundamental na restauração da confiança dos investidores e no desenvolvimento estável dos mercados de capitais. Se executados de forma eficaz, os esquemas de financiamento podem impulsionar os retornos dos acionistas e oferecer um suporte significativo para o crescimento econômico da China.