Descubra como o comércio varejista no Brasil apresentou queda de 1,7% em dezembro, enquanto o e-commerce cresceu 7,7%. Entenda os impactos e as tendências do mercado.
O comércio varejista no Brasil enfrenta desafios crescentes, refletidos na recente queda de 1,7% nas vendas de dezembro em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o segmento de e-commerce segue em crescimento, alcançando um aumento expressivo de 7,7% no mesmo mês, de acordo com dados divulgados pela Stone.
O Cenário Geral do Varejo Brasileiro
Em um período tipicamente favorável devido ao Natal, a performance do varejo foi impactada por vários fatores, incluindo a queda do consumo em lojas físicas. No mês de dezembro, as vendas físicas recuaram 2,1% em relação a dezembro de 2023 e 4,2% na comparação com novembro. Já o e-commerce demonstrou resiliência, com crescimento mensal de 3,4%, consolidando-se como um importante canal para o setor.
Segundo Matheus Calvelli, pesquisador econômico da Stone, “considerando a trajetória e a performance do varejo ao longo do ano, estimamos que o comércio vendeu 2,3% a menos que o esperado para a semana do Natal”. Esse dado reforça a importância de adaptações no modelo de negócio, especialmente para lojas físicas.
Setores Mais Impactados
O impacto das baixas vendas foi sentido em quase todos os segmentos do varejo, com quedas expressivas na análise mensal:
- Tecidos, Vestuário e Calçados: -7%
- Móveis e Eletrodomésticos: -6,4%
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico: -4,5%
- Livros, Jornais, Revistas e Papelaria: -3,7%
- Hipermercados e Produtos Alimentícios: -3,3%
- Artigos Farmacêuticos: -2,3%
- Combustíveis e Lubrificantes: -1,8%
Esses números mostram que a retração do consumo atingiu principalmente categorias que costumam registrar aumento de demanda no período natalino.
Além disso, as dificuldades econômicas enfrentadas pelos consumidores, como o endividamento e a alta dos juros, também contribuem para o comportamento mais cauteloso no consumo, afetando principalmente as compras de bens não essenciais.
Resultados Regionais
Na análise por região, apenas cinco estados registraram desempenho positivo em um dos setores de varejo durante dezembro:
- Roraima: +3,9%
- Sergipe: +3,5%
- Rondônia: +2,2%
- Pará: +1%
- Goiás: +0,9%
Enquanto isso, grandes mercados como São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram quedas de 2,4% e 4,6%, respectivamente, demonstrando que mesmo estados com economias robustas não foram imunes à retração. Essas regiões possuem papel estratégico no setor, o que ressalta a necessidade de medidas que estimulem a retomada do consumo.
O Crescimento do E-commerce
Em contrapartida, o comércio eletrônico segue em franca ascensão. O aumento de 7,7% nas vendas em dezembro reflete a crescente preferência dos consumidores por compras online. O crescimento de 3,4% em relação ao mês anterior indica um comportamento cada vez mais consolidado, impulsionado por fatores como praticidade, ofertas competitivas e a ampla disponibilidade de produtos.
A pandemia acelerou a transição digital no varejo, e os dados de dezembro comprovam que o e-commerce não é mais apenas um complemento, mas uma peça central na estratégia de muitas empresas. Além disso, a popularização de soluções de pagamento rápidas e seguras também contribuiu para o avanço do setor.
Desafios e Tendências para 2025
Diante desse cenário, lojistas físicos enfrentam o desafio de reinventar suas operações. Investimentos em omnichannel, experiências personalizadas e integração entre canais são caminhos para recuperar o crescimento. Também é fundamental repensar o uso do espaço físico, tornando-o mais atrativo e voltado à experiência do cliente.
Por outro lado, o e-commerce deve continuar ganhando espaço, especialmente com a expansão de marketplaces e a popularização de tecnologias como IA para recomendações personalizadas. Outra tendência é a crescente adoção de estratégias sustentáveis, que podem atrair consumidores conscientes. A logística também deve ser uma prioridade, com foco em entregas rápidas e eficientes.
Além disso, as redes sociais e ferramentas de marketing digital continuarão desempenhando um papel crucial na captação e fidelização de clientes. Empresas que investirem em uma comunicação assertiva e na construção de relações sólidas com seus públicos tendem a se destacar.
Conclusão
Os dados de dezembro de 2024 destacam a necessidade de adaptações rápidas e estratégicas no varejo brasileiro. Enquanto o comércio físico enfrenta desafios significativos, o e-commerce continua a crescer, representando uma oportunidade valiosa para os empreendedores. O futuro do varejo depende da capacidade de compreender essas tendências e implementar soluções que atendam às mudanças nos hábitos de consumo. Com um olhar atento às demandas do mercado, as empresas podem transformar desafios em oportunidades de crescimento.