Descubra como a pressão deflacionária está afetando os índices acionários da China e quais são as perspectivas para a economia e o mercado em 2025.
A economia chinesa enfrenta desafios persistentes, conforme destacado pelos recentes índices acionários do país. Dados divulgados nesta quinta-feira revelaram que a pressão deflacionária continua a impactar significativamente o mercado, mesmo com novos estímulos ao consumo promovidos pelo governo. Este cenário levou investidores a buscar ativos no exterior, enquanto os índices de Hong Kong também fecharam em baixa.
Quedas nos Principais Índices Chineses
Os índices CSI300 e SSEC registraram quedas nesta quinta-feira, refletindo as dificuldades enfrentadas pela economia chinesa. O CSI300, que inclui as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,25%, enquanto o índice SSEC, de Xangai, perdeu 0,58%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng também caiu 0,2%, confirmando uma tendência de retração.
Essa situação ocorre em um momento em que o governo chinês busca estimular a demanda interna por meio de medidas como a ampliação da lista de eletrodomésticos elegíveis para esquemas de troca de bens de consumo. Apesar dessas iniciativas, os preços ao consumidor no país mostraram estagnação em 2024, enquanto os preços nas fábricas continuaram em queda pelo segundo ano consecutivo.
Impactos da Pressão Deflacionária
A persistente pressão deflacionária está gerando preocupações entre analistas e investidores. Segundo Zhiwei Zhang, presidente da Pinpoint Asset Management, “os detalhes sobre os subsídios do governo para alguns bens de consumo anunciados ontem são positivos, mas a desaceleração do setor imobiliário não terminou e continua a pesar sobre a confiança do consumidor”.
A opinião é compartilhada por economistas do Goldman Sachs, que apontam que as medidas de afrouxamento monetário implementadas pela China têm um impacto limitado diante do fraco consumo interno. Segundo a instituição, embora essas ações ajudem a sustentar a economia real e coloquem um piso sob as ações chinesas, a execução eficaz de políticas fiscais será essencial para impulsionar ganhos sustentáveis em 2025.
Tensões Geopolíticas e Oportunidades no Setor de Tecnologia
Enquanto o mercado em geral enfrentava quedas, o setor de tecnologia mostrou resiliência. Ações relacionadas à fabricação de chips e segurança da informação registraram ganhos em meio ao aumento das tensões geopolíticas. Este movimento reflete o crescente interesse por setores estratégicos que podem beneficiar-se de disputas comerciais globais e da dependência crescente por tecnologias avançadas.
Panorama dos Mercados na Ásia-Pacífico
Os efeitos das pressões econômicas na China também reverberaram em outros mercados da região Ásia-Pacífico:
- Tóquio (Japão): O índice Nikkei recuou 0,94%, encerrando o dia em 39.605 pontos.
- Seul (Coreia do Sul): O índice KOSPI teve leve valorização de 0,03%, fechando em 2.521 pontos.
- Taiwan: O TAIEX registrou uma queda significativa de 1,39%, fechando em 23.081 pontos.
- Cingapura: O índice Straits Times desvalorizou-se em 0,63%, encerrando o dia em 3.862 pontos.
- Sydney (Austrália): O S&P/ASX 200 recuou 0,24%, fechando em 8.329 pontos.
Perspectivas para o Futuro
Apesar das medidas implementadas pelo governo chinês, a desaceleração econômica continua sendo um desafio significativo. A confiança do consumidor, fortemente abalada pela crise no setor imobiliário, deve ser restaurada por meio de políticas consistentes e eficazes. Além disso, o cenário global de tensões geopolíticas e desaceleração do crescimento econômico deve manter os investidores cautelosos nos próximos meses.
Por outro lado, setores como tecnologia e manufatura de chips oferecem oportunidades promissoras, principalmente em um ambiente onde a demanda por soluções tecnológicas continua a crescer. Analistas apontam que 2025 pode ser um ano de recuperação moderada, desde que as medidas fiscais e monetárias sejam eficazes e bem executadas.
Conclusão
O mercado acionário da China enfrenta um período desafiador, impulsionado pela pressão deflacionária e pela desaceleração do setor imobiliário. No entanto, as iniciativas do governo para estimular a economia podem ajudar a mitigar parte desses impactos. Enquanto isso, os investidores devem continuar atentos à execução de políticas econômicas e à evolução do mercado global, com foco em setores promissores como tecnologia e manufatura.