Steven Mnuchin, ex-secretário do Tesouro de Trump, aconselha medidas rigorosas para sanções econômicas e aumento da produção de energia. Veja as orientações de Mnuchin para a política econômica dos EUA.
Steven Mnuchin: Fortalecimento das sanções e controle da dívida dos EUA
Steven Mnuchin, ex-secretário do Tesouro do governo Trump, afirmou em recente entrevista que não ingressará na nova administração do presidente eleito, mas se mantém disponível para oferecer conselhos ao seu sucessor. Mnuchin destacou a importância de políticas robustas para fortalecer as sanções ao Irã e à Rússia e sugeriu ações para conter o crescimento da dívida pública dos Estados Unidos. Com uma visão estratégica sobre a economia global, Mnuchin compartilhou pontos centrais para manter a competitividade e segurança econômica dos EUA.
Foco nas sanções ao Irã e à Rússia
Mnuchin enfatizou a necessidade de uma aplicação mais efetiva das sanções financeiras sobre países como Irã e Rússia. Ele observou que as sanções atualmente impostas, especialmente aquelas em resposta à guerra na Ucrânia, não têm surtido o efeito esperado e, muitas vezes, acabam se limitando a manchetes de impacto, sem resultados práticos. Mnuchin destacou a importância de um limite rigoroso para o preço do petróleo russo, que atualmente é de US$ 60 por barril, imposto pelos países do G7. Segundo ele, a Rússia ainda consegue vender grandes quantidades de petróleo e gás, minimizando o impacto das sanções e mantendo uma receita considerável.
Para tornar as sanções mais efetivas, Mnuchin sugere que os Estados Unidos adotem medidas que realmente enfraqueçam o fluxo de capital dessas nações, impedindo que utilizem recursos energéticos para sustentar suas economias e influências geopolíticas. Ele argumenta que ações coordenadas com outros países produtores de energia podem reduzir a dependência do petróleo e gás russos, ao mesmo tempo em que compensam a redução de oferta no mercado global.
Produção de energia e estabilidade de preços
Além do fortalecimento das sanções, Mnuchin apontou que os Estados Unidos deveriam expandir a produção de petróleo e gás para manter a estabilidade de preços globais e mitigar os impactos das restrições de mercado impostas às exportações da Rússia e do Irã. A proposta envolve incentivar a produção doméstica e também promover parcerias com países produtores do Oriente Médio para garantir um fluxo contínuo de suprimentos energéticos. Segundo Mnuchin, essa abordagem ajudaria a evitar uma escalada nos preços do petróleo, que afeta diretamente os consumidores e a economia dos Estados Unidos.
Mnuchin ressalta que a expansão da produção de energia dos EUA não apenas traria benefícios econômicos, mas também fortaleceria a posição do país no mercado global de energia, reduzindo a influência de nações que utilizam seus recursos energéticos para fins políticos. Aumentar a produção de energia também daria aos EUA maior flexibilidade para negociar sanções mais rigorosas sem prejudicar a economia interna.
Comércio com a China: Cumprimento do acordo da Fase Um
Outro ponto importante abordado por Mnuchin foi a política comercial com a China. Ele destacou que é fundamental que Pequim cumpra os compromissos estabelecidos na Fase Um do acordo comercial, firmado em 2020. Este acordo previa que a China aumentaria suas importações de produtos americanos, como uma forma de equilibrar a balança comercial entre os dois países.
No entanto, Mnuchin afirmou que a China ainda não está cumprindo integralmente esses compromissos, o que pode prejudicar os esforços de reequilíbrio comercial dos EUA. Para ele, é essencial que a nova equipe do Tesouro mantenha o foco no cumprimento deste acordo, aplicando as devidas medidas para garantir que a China respeite os termos estabelecidos. Esse esforço seria vital para proteger os interesses comerciais americanos e reduzir o déficit comercial com a China.
A importância de uma equipe econômica integrada
Mnuchin também destacou que a equipe econômica da nova administração dos EUA deve trabalhar de forma integrada. Ele reforçou que o Tesouro, o Departamento de Comércio, o gabinete do Representante Comercial dos EUA e o Conselho Econômico Nacional precisam colaborar para enfrentar os desafios econômicos globais, assim como ocorreu durante o governo Trump. Essa coordenação entre departamentos é especialmente importante para negociações comerciais e tarifárias, garantindo que os EUA mantenham uma posição forte frente a outras economias.
Com sua experiência como ex-executivo do Goldman Sachs, Mnuchin argumenta que a liderança do Tesouro precisa de um profundo entendimento dos mercados financeiros e também de uma sólida experiência em gestão. Afinal, o Tesouro é responsável por áreas estratégicas da economia americana, que vão desde a política regulatória e fiscal até o gerenciamento de sanções internacionais.
Contenção da dívida pública dos EUA
Mnuchin também se mostrou preocupado com o crescente endividamento dos Estados Unidos, que tem se acelerado nos últimos anos. Ele considera essencial que o Tesouro adote medidas para controlar o aumento da dívida, evitando que essa tendência se torne insustentável e comprometa a economia do país. O controle da dívida pública é uma prioridade para garantir que os Estados Unidos mantenham sua estabilidade financeira e resiliência frente a crises econômicas.
Mnuchin sugere que o Tesouro explore estratégias que fortaleçam a arrecadação e melhorem a eficiência dos gastos públicos. Essa abordagem equilibrada permitiria ao país continuar investindo em setores essenciais sem comprometer sua saúde fiscal a longo prazo.
Conclusão
Steven Mnuchin deixa uma série de recomendações importantes para a equipe econômica do presidente eleito. Ele destaca a necessidade de fortalecer as sanções ao Irã e à Rússia, impulsionar a produção de energia doméstica, cobrar o cumprimento dos compromissos comerciais da China e controlar o crescimento da dívida pública. Para Mnuchin, a chave para o sucesso da política econômica dos EUA está na cooperação entre as diferentes áreas do governo, garantindo uma abordagem coesa e eficaz em um cenário econômico global cada vez mais desafiador.
As sugestões de Mnuchin refletem um foco em fortalecer a posição econômica dos EUA, garantindo a segurança nacional e a estabilidade financeira do país. A nova administração terá o desafio de aplicar essas recomendações, lidando com tensões globais e a busca por um crescimento econômico sustentável.