O mercado de trabalho dos EUA se manteve sólido em setembro com a criação de 254 mil empregos e uma queda na taxa de desemprego para 4,1%. Saiba como isso pode influenciar a economia antes das eleições presidenciais.
Mercado de Trabalho nos EUA Mantém Robustez em Setembro com Desemprego em Queda
O mercado de trabalho dos Estados Unidos mostrou mais uma vez sua força em setembro, com uma criação de empregos acima do esperado e uma leve queda na taxa de desemprego, para 4,1%. Esse resultado ocorre a menos de um mês das eleições presidenciais, o que traz boas notícias para o governo de Joe Biden, que encerra seu mandato em janeiro.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou, na última sexta-feira (4), que 254.000 vagas de emprego foram criadas em setembro, bem acima das expectativas do mercado, que previa 135.000 novos postos. Além disso, os dados de agosto também foram revisados para cima, de 159.000 para 142.000 vagas, evidenciando que a maior economia do mundo está conseguindo manter um ritmo constante de criação de empregos.
Desemprego em Queda e Impacto dos Furacões
A taxa de desemprego caiu ligeiramente, de 4,2% em agosto para 4,1% em setembro, refletindo a robustez do mercado de trabalho durante o verão no hemisfério norte. Esse cenário ocorreu apesar do impacto do furacão Francine, que atingiu a Louisiana, embora com efeitos limitados no mercado de trabalho. No entanto, os efeitos do furacão Helene, que devastou a costa sudeste dos EUA, ainda não estão refletidos nos dados.
O presidente Joe Biden comemorou os resultados, afirmando que esses números são uma “boa notícia para os trabalhadores americanos e suas famílias”. O desempenho positivo do mercado de trabalho é visto como um fator importante na reta final das eleições presidenciais.
Desempenho por Setores
O relatório também mostrou que a criação de empregos não foi homogênea entre os setores. Os setores de bares e restaurantes tiveram um crescimento significativo, mas os economistas alertam que esse setor pode enfrentar dificuldades caso os consumidores comecem a reduzir seus gastos não essenciais. O setor de saúde também apresentou um desempenho positivo.
Por outro lado, as indústrias de extração de matérias-primas, comércio e transporte permaneceram estáveis, sem grandes variações no número de empregados. Esse cenário mostra que, apesar do bom desempenho geral do mercado de trabalho, alguns setores enfrentam desafios mais específicos.
Salários e Participação no Mercado de Trabalho
Os salários por hora no setor privado aumentaram 0,4% em relação a agosto e cresceram 4% na comparação com setembro do ano anterior. Esse aumento salarial é um fator positivo para os trabalhadores, mas também pode contribuir para pressões inflacionárias, algo que o Federal Reserve (Fed) acompanha de perto.
A taxa de participação na força de trabalho, que mede a parcela da população em idade de trabalhar que está empregada ou buscando emprego, permaneceu estável em 62,7% pelo terceiro mês consecutivo. Embora essa taxa ainda esteja abaixo dos níveis pré-pandemia, ela indica uma recuperação lenta, mas constante, do mercado de trabalho.
O Fed e as Expectativas para as Taxas de Juros
O Federal Reserve está observando de perto o mercado de trabalho, já que ele é um dos principais fatores que influenciam suas decisões de política monetária, junto com a inflação. O Fed tem o duplo objetivo de controlar a inflação e manter o pleno emprego. Com o forte desempenho do mercado de trabalho e a estabilização da inflação, as chances de cortes agressivos nas taxas de juros diminuíram.
Em setembro, o Fed cortou sua taxa de juros de referência em meio ponto percentual, sendo a primeira redução desde 2020. Os mercados agora esperam um novo corte, de 0,25 pontos percentuais, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC), marcada para o início de novembro, logo após as eleições presidenciais.
Os dados de setembro reforçam a posição do Fed de que a economia americana está em um bom caminho, sem sinais de desaceleração significativa. Economistas, como Mike Fratantoni, da Mortgage Bankers Association (MBA), também confirmaram que o mercado de trabalho está mais forte do que o esperado, embora haja desafios setoriais, especialmente se o consumo começar a desacelerar.
Conclusão
O forte desempenho do mercado de trabalho dos EUA em setembro, com a criação de 254 mil novos postos e uma queda na taxa de desemprego para 4,1%, é um indicador positivo para a economia americana e para a administração Biden, especialmente às vésperas das eleições presidenciais. No entanto, a atenção continua voltada para as próximas decisões do Federal Reserve, que terá que equilibrar a robustez do mercado de trabalho com o controle da inflação. As próximas semanas serão decisivas tanto para a política monetária quanto para o cenário político do país.