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IGP-M sobe

IGP-M sobe

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,94% em dezembro de 2024, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Este resultado ficou abaixo da expectativa de 1,10% e representa uma desaceleração em relação à alta de 1,30% registrada em novembro. No acumulado do ano, o índice avançou 6,54%, refletindo os impactos econômicos em diversos setores, como commodities, custos de mão de obra e preços administrados.

Componentes do IGP-M em dezembro de 2024

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O IGP-M reflete as variações de preços ao produtor, ao consumidor e na construção civil. Em dezembro, os componentes apresentaram desempenhos distintos. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-M, subiu 1,21% no mês, desacelerando frente ao avanço de 1,74% registrado em novembro. No acumulado do ano, o IPA teve alta de 7,24%, impulsionado, principalmente, pelo preço do café, que aumentou 28,82% em dezembro. Este salto foi influenciado por fatores climáticos e cambiais, que afetaram a produção e os custos no mercado internacional.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), responsável por 30% do índice, registrou aceleração em dezembro, subindo 0,12%, ante 0,07% no mês anterior. Entre os destaques, os cigarros apresentaram alta de 6,43%, enquanto o contrafilé subiu 7,20%. Essas variações refletem os desafios enfrentados pelos consumidores no período, especialmente no setor de alimentos e bens essenciais.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, teve alta de 0,51% em dezembro, acima dos 0,44% registrados em novembro. No acumulado do ano, o INCC avançou 6,34%, refletindo o impacto dos custos de materiais e mão de obra no setor da construção civil.

Fatores que influenciaram o IGP-M em dezembro

O desempenho do IGP-M em dezembro de 2024 foi influenciado por uma série de fatores econômicos. Entre os mais relevantes estão as commodities agrícolas, como o café, que teve um aumento expressivo em função do clima desfavorável e da valorização do dólar. Esse cenário impactou diretamente o Índice de Preços ao Produtor Amplo, que concentra boa parte das oscilações do mercado atacadista.

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Os preços administrados também tiveram um papel significativo. Produtos como cigarros, que registraram alta de 6,43%, contribuíram para o aumento do Índice de Preços ao Consumidor. Além disso, o setor de alimentação destacou-se com aumentos em cortes de carne como o contrafilé, que subiu 7,20%. Essas altas refletem as dificuldades enfrentadas pelos consumidores em um ambiente econômico ainda pressionado.

No setor da construção civil, os custos de mão de obra e materiais impulsionaram o Índice Nacional de Custo da Construção. Esse componente desempenha um papel importante, não apenas no cálculo do IGP-M, mas também nos ajustes de contratos relacionados a obras e empreendimentos imobiliários.

Impactos econômicos e perspectivas para 2025

A alta acumulada de 6,54% no IGP-M ao longo de 2024 reforça sua relevância como indicador econômico. Ele serve como base para a atualização de contratos de aluguel, tarifas públicas e outros serviços. Embora tenha havido desaceleração em dezembro, as variações ao longo do ano destacaram as pressões econômicas provenientes de diferentes setores.

Para 2025, espera-se que fatores como a volatilidade do câmbio e os preços internacionais das commodities continuem influenciando o índice. O desempenho do IGP-M dependerá, em grande parte, de como a economia global enfrentará desafios, como flutuações climáticas, pressões inflacionárias e ajustes nas políticas monetárias. No Brasil, a manutenção de medidas restritivas por parte do Banco Central pode ajudar a conter algumas dessas pressões, mas o impacto sobre os preços ao consumidor e os contratos indexados continuará sendo significativo.

Além disso, o cenário para o setor de construção civil deve permanecer desafiador. Custos elevados de materiais e mão de obra podem limitar a expansão do setor, enquanto consumidores e empresas ajustam seus orçamentos em resposta às variações do IGP-M.

Conclusão

O desempenho do IGP-M em dezembro de 2024 destacou o impacto de fatores como commodities agrícolas, preços administrados e custos de mão de obra. Com uma alta acumulada de 6,54% no ano, o índice reflete pressões econômicas amplas que influenciam tanto o mercado atacadista quanto o consumidor final. À medida que a economia avança para 2025, o acompanhamento das variações do IGP-M continuará sendo essencial para entender as dinâmicas econômicas e ajustar contratos e serviços.